Eventos, IA e marketing digital: por que “ao vivo” virou a sua maior alavanca

Dá pra contar a história dos negócios por meio dos eventos. Começa nas feiras medievais (Champagne, Leipzig), onde comércio, crédito e reputação se encontravam; avança para a Great Exhibition de 1851, no Crystal Palace, quando 6 milhões de visitas transformaram uma vitrine de inovações em máquina de desenvolvimento econômico; e desemboca hoje em megaestruturas globais onde pipeline, lançamentos e dados andam de mãos dadas. Fontes: Britannica , Bie Paris e Victorian Web

Imagem: Great Exhibition de 1851Créditos: https://bie-paris.org/site/en/1851-london

Dos pavilhões de vidro aos colossos atuais

Se a Exposição de 1851 é o “ato 1”, o “ato 3” é a escala contemporânea:

  • CES (Las Vegas) – 138.789 participantes auditados em 2024; 142.465 em 2025. Termômetro da tecnologia e do C-level de compras. CESCes Tech
  • MWC Barcelona – 109.000 participantes em 2025. O palco da conectividade e da IA aplicada à indústria. MWC Barcelona
  • bauma (Munique) – >495.000 visitantes (2022). A maior reunião B2B de máquinas e construção do mundo. bauma
  • IFA (Berlim) – >215.000 visitantes de 138 países (2024). Radar global de eletrônicos e eletrodomésticos. GFU
  • Frankfurter Buchmesse – 230.000 visitantes e 4.300 expositores (2024). A “Davos” do livro. Frankfurter Buchmesse

China virou potência também em eventos—e não só pelo mercado interno:

  • Canton Fair (Guangzhou) – 288.938 compradores internacionais na 137ª edição (mai/2025). É o barômetro do comércio exterior chinês. Governo de Guangzhou
  • Auto Shanghai (Xangai) – 906.000 entradas (2023). Termômetro de veículos elétricos e software automotivo.
  • CIIE (Xangai) – US$ 80,01 bi em intenções de compra (2024). Feira voltada a importações e parcerias globais.
  • CIFTIS (Pequim) – ~1.000 “resultados práticos” (2024) em comércio de serviços. Portal Internacional de Pequim
  • CMEF (Shenzhen/Shanghai) – ~310.000 profissionais e 5.000 expositores (medtech). CMEF

Contexto estrutural: a China lidera a capacidade global de pavilhões (31,3% do espaço mundial), seguida dos EUA (14,2%

A digitalização e a IA “mataram ou irão matar” os eventos? O mercado responde: não—turbinaram.

O que mudou de fato foi o motor: eventos são hoje programas de crescimento orientados a dados.

Em 2025, 88% dos profissionais de marketing apontam eventos como motor-chave de receita (event-led growth);

78% dos organizadores dizem que conferências presenciais são o canal mais impactante do marketing; e o setor projeta crescimento de receita em 2024 (+16%) e 2025 (+18%). Ou seja: IA e digital não substituíram encontros—eles amplificaram o ROI. Fonte: UFI

Na prática, o mix ficou mais inteligente: presença lidera, híbrido expande alcance, virtual sustenta cadência. O Forecast 2024 da American Express GBT já mostrava maioria de encontros 100% presenciais no mix, com alto otimismo do setor. Fonte: Amex GBT

Por que o “ao vivo” performa melhor na era da IA

  1. Confiança acelera ciclo – demonstração + conversas difíceis + prova social.
  2. Dados em cada toque – QR, app, badge, hotspots, social listening: tudo vira atribuição no CRM.
  3. ABM no mundo real – a combinação de agenda certa + oferta certa diante do decisor certo é imbatível.
  4. Aprendizado contínuo – insights de pauta, produto e pricing voltam para o digital (mídia, conteúdo, automações).
  5. Experiência evolui (ou deveria) – relatórios de tendências mostram que nem todo mundo está evoluindo na mesma velocidade, abrindo espaço para diferenciar com UX, dados e design de conteúdo. Fonte: Freeman

Emcomjunto: eventos + digital como processo (não como “ação isolada”)

Na Emcomjunto, tratamos eventos como módulos dentro de uma arquitetura omnichannel e buscamos sempre seguir um pipeline em nossas ações:

  1. Diagnóstico & estratégia
    • Monitoramento de eventos
    • Seleção de eventos por potencial de conta (ABM) e objetivo (brand, demanda, parcerias).
    • Definição de OKRs: pipeline gerado, reuniões, oportunidades, receita prevista.
  2. Pré-evento
    • ABM/Outbound com cadências por persona e estágio.
    • Mídia integrada (LinkedIn, Google, Meta, programática, geolocalização com Hands Mobile).
    • Media Kit do organizador (sinalização, push no app, disparos de e-mail/SMS segmentados pela base do evento).
    • Ativos: “Agenda no evento”, conteúdo de prova (cases, estudos), brindes com QR.
  3. Durante
    • Captação com QR + app e integração RD Station (Marketing & CRM) para lead scoring e playbooks de follow-up.
    • Experiências interativas (ex.: Yazo) e clínicas de diagnóstico para elevar o valor percebido.
    • Produção de conteúdo em tempo real (entrevistas, recap de sessões).
    • Sala de reuniões e scripts de qualificação do time comercial.
  4. Pós
    • Nutrição segmentada (e-mail + WhatsApp via Chatbot + LinkedIn, podem também ocorrer durante, logo após uma visita).
    • Retargeting por comportamento (visitou stand, baixou material, assistiu a palestra).
    • Relatório executivo de ROI com atribuição por conta, canal e mensagem; learning agenda para a próxima edição.

Em resumo: nosso trabalho é desenhar o processo, orquestrar canais e dados e padronizar atendimentos para que cada evento entregue pipeline mensurável

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